
Estava sentadinho a reler esta história e pensei que seria muito boa para partilha-lá. talvez ajude alguém a (re)"descobrir" Deus na sua vida e no seu dia-a-dia...
Luna era um homem sábio, com muito respeito por Deus. A sua felicidade consistia em ver Deus face a face. Ficou contentíssimo quando Deus lhe perguntou em sonho:- Luna, queres ver-me e conhecer-me?- Claro que quero, respondeu quase sem acreditar no que se estava a passar.- Pois então ver-me-ás, na montanha Namuli, longe de tudo e de todos.Depois de ter despertado, começou a pensar que presente deveria oferecer a Deus.Que presente poderei encontrar que seja agradável aos olhos de Deus? Já sei. Vou-lhe oferecer a ânfora cheia de diamantes e pedras preciosas. Não. Vou oferecer as minhas orações, a minha ajuda ao próximo, as boas obras, os sacrifícios e as esmolas.Assim, durante algumas semanas, foi anotando o que fazia, colocando uma pedra pequena na ânfora por cada acto que realizava. Quando a ânfora estava cheia, Luna pôs-se a caminho, atravessando as plantações do chá do Gurúè até chegar ao Namuli.Quando chegou ao cume, não viu Deus em lado nenhum.Onde estás, ó Deus?Convidaste-me, eu vim.Onde estás?Estava a começar a perder a paciência. De repente, ouviu uma voz que vinha por detrás das nuvens:- Quem está aí em baixo? Não te vejo. Que obstáculos colocaste entre nós?- Sou eu Senhor, o Luna. Trouxe-te a ânfora cheia. A minha vida está toda lá dentro. Trouxe-a para ti.- Mas eu não te vejo. Porque te escondes atrás da ânfora? Atira-a para longe. Deita-a fora. Eu só te quero a ti.Luna nem queria acreditar no que estava a ouvir. Deitar fora a ânfora era deitar fora todo o seu esforço.- Não. Senhor. Trouxe a ânfora para ti. É a minha vida. É o meu esforço.- Atira-a fora. Dá a ânfora a quem quiseres. Quero abraçar-te. Não quero o que tens. Quero o que és. Quero-te a ti.Só quando Luna deitou fora a ânfora, o obstáculo opaco que o impedia de ver a Deus, conseguiu finalmente realizar o sonho de felicidade, ou seja: viu Deus!
Ângelo Martins